terça-feira, 12 de setembro de 2017

Lógica Instrumental - Resolução de Problemas - II

Análise

A análise exige algo como a “quebra química” de um contexto apresentado. Existe um problema a ser resolvido, algo a ser construído ou então melhorado. É preciso fazer uma análise da situação. Deve-se identificar as entidades presentes no contexto apresentado, bem como as suas relações. Vamos fazê-lo em:


  • Uma descrição;
  • Uma notícia;
  • Um problema proposto;
  • Uma narração;

Abordagem Corporal para Contextos

Os Contextos ou Sistemas possuem partes. Pense no seu corpo. Você tem, se for um homem sadio, basicamente, Cabeça, Tronco e Membros. Mas não pense em partes como “pedaços”. A Cabeça é a parte controladora, e as demais partes tem que se referir a ela. Os braços seriam as partes manipuladoras, e as pernas as partes locomotoras.

Em outras palavras, a Cabeça é a ideia principal que em 99% das vezes corresponde ao Título e ao parágrafo de conclusão. As pernas são as circunstâncias que trouxeram as razões para que se desenvolvesse o texto, e os braços são as providências (se existiram) ou as sugestões para se resolver o conflito ou problema descrito no texto.

Os olhos e ouvidos são uma parte da Cabeça, que captam aquilo que o contexto parece ser ou realmente é. É a Cabeça, na sua inteireza, cuida de discernir se o que é visto e ouvido é Aparência ou Realidade.

Análise nas descrições

Uma descrição bem feita já se encaixa em uma análise completa. Se faltar algum detalhe, o “expert” daquele contexto vai conseguir enumerar o que está faltando.

Vamos ao primeiro exemplo que descreve o modelo 356 da fábrica de automóveis Porsche (fonte: Wikipedia):

Porsche 356 é o nome de uma linha de automóveis produzidos de 1948 até 1965, e é considerado o primeiro carro produzido pela Porsche. “356” faz alusão ao fato deste ser o 356° projeto do escritório de design Porsche. 

Apesar da marca Porsche estar intimamente relacionada ao modelo 911, esses modelos dos primeiros anos da Porsche são muito valorizados hoje em dia, não necessariamente pelo seu desempenho ou esportividade, mas por sua raridade, beleza e valor histórico. Modelos bem conservados, sobretudo conversíveis, podem facilmente atingir cifras além dos 150.000,00 dólares.

Em 2004, a revista Sports Car International elegeu o 356C o 10° melhor carro na sua lista dos melhores da década de 60. Hoje este item de colecionador mantém seu status de carro que resistiu ao teste do tempo, e a maior parte deles ainda roda em ótimo estado. Embora a princípio muito parecido com as derivações do Volkswagen Fusca que surgiram no pós-guerra, o 356 pavimentou o caminho para a formação da marca como é hoje, servindo de base para o desenho do 911, e definindo o paradigma do que se conhece por "Porsche" atualmente. 

Poucas unidades foram trazidas para o Brasil, e o modelo gerou um certo mercado para réplicas de fibra, sobretudo na época da proibição das importações, durante a ditadura.

Esta descrição é do tipo “fala sobre”. O que esperamos de uma descrição ortodoxa é uma lista de atributos da coisa em questão, e não históricos. Mas em defesa de quem produziu este texto vamos dizer que o assunto automóvel ficou tão comum, que ninguém mais se perde em detalhes da sua constituição (lataria, pneus, janelas, volante, etc).

São feitas comparações com outros modelos Porsche, citando sua classificação no ranking dos melhores carros e o seu valor de mercado que, sendo elevado, enaltece a sua posição como carro de destaque.
Neste caso, a análise ficou prejudicada pelo desvio do conteúdo de sua finalidade principal de se  constituir como descrição.

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